segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Nossa criança interior

arte: @anna_cunha
inspirada por Milton Nascimento

Na psicologia, o conceito de “criança interior” é um termo usado para definir a parte íntima, ligada às crenças e aos afetos que foram construídos na infância. Em maior ou menor grau, essa criança que fomos ainda carrega em nós seus anseios e carências. A necessidade de amor, cuja falta vem da infância, é responsável por muitas tendências autodestrutivas e insatisfações nas relações pessoais. Essa criança precisa ser cuidada para o equilíbrio da nossa vida emocional.

A criança interior é o resultado de experiências vividas desde o momento da concepção até o final da infância. Dependendo do que você recebeu dos pais e do ambiente em que se desenvolveu, sua criança interior pode trazer em seu íntimo criatividade, alegria, intuição, sensibilidade, mas também rancor, medos, culpa, solidão, desamor, obsessões, etc.

A criança interior é tão importante que a consideramos a mais fiel representação de quem somos, pois nossos impulsos são amplamente influenciados pela percepção que a criança interior tem da vida.

"Em todo adulto espreita uma criança – uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita cuidado, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa" (Jung, 1981)


domingo, 13 de novembro de 2022

VIII Congresso de Gestalt-terapia do Estado do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - RJ (2022)
VIII Congresso de Gestalt-terapia
VIII Congresso de Gestalt-terapia do Estado do Rio de Janeiro, check! Depois de tanto tempo de espera, atravessando uma pandemia e um cenário político tão desafiador, enfim, nosso encontro aconteceu. Foram três dias de muito aprendizado, trocas potentes e partilhas de experiências clínicas.

Com a proposta de tema “Existências Anônimas: a Gestalt-Terapia ocupando espaços de resistência”, esse encontro trouxe para debate os modos de existência que são sistematicamente excluídos, banalizados e subtraídos de alteridades. Tivemos belas discussões sobre as fronteiras entre o visível e o invisível, lutas ditas minoritárias, as injustiças, as conquistas de gênero e as novas produções históricas, tão urgentes no atual cenário.

Com certeza foi uma jornada pra lá de incrível! Volto pra casa com muito mais perguntas que respostas, e me sentindo provocada a ampliar cada vez mais o saber e a práxis da Psicologia e Gestalt-terapia.

E que venham os próximos! ❤️

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Sobre o VIII Congresso de Gestalt-terapia

VIII Congresso de Gestalt-terapia

Nos dias 03, 04 e 05 de novembro irei participar do VIII Congresso de Gestalt-terapia, desta vez realizado no Rio de Janeiro. O evento terá como eixo central a ocupação de espaços de resistência, e serão abordados os temas família, casais, novas masculinidades, depressão no puerpério, luto infantil, violência doméstica, reflexos do abuso e violência sexual infantil na vida adulta e mais outros tão incríveis quanto. Na medida do possível, vou compartilhando por aqui essa experiência com vocês!

Sustentar sem suportar

arte: @lianaferraz
Na terapia, o silêncio faz parte do processo. Como diria o psicanalista Násio, o silêncio possui forças que arrastam o analisando para o seu próprio interior. Ele faz contato com aquilo que o discurso esconde, e o interdito e o não dito também revelam questões do sujeito. Daí a importância do silêncio para escutar tantos outros modos de dizer. 

Se o psicólogo responde todas as questões do consulente, assim como acontece em uma conversa comum, o consulente não entrará em contato com seu próprio vazio e, consequentemente, não desenvolverá formas de lidar com ele. Sustentar e suportar o silêncio é dar tempo para que a palavra que foi dita ecoe no sujeito, fazendo-o reviver certas experiências da ordem do desamparo e da estranheza.